sexta-feira, 17 de agosto de 2007

confissões de uma louca

Tinha uma menininha muito ajeitadinha que morava lá pras bandas do sul. Ela, com sua “vasta” experiência de 18 anos de vida, sempre dizia: - Ai, se fosse comigo!
Ainda não tinha vivido nada, mas, já se imaginava “expert” em quase tudo na vida. Principalmente quando o assunto era emocional ou espiritual. Conselheira sempre atenta aos fatos. E contra fatos não há argumentos! Resposta para tudo na ponta da língua. Não que fosse pretensão, mas um teco de inteligência. É esperta essa menina.
Não esperava que ela mesma fosse perder o controle dos fatos. E que fatos do coração não são medidos ou observados para ser descartado da vida num passe de mágicas. Quem dera fosse assim. Quem dera existisse um remédio que fosse capaz de pular etapas difíceis, ou que pudesse apagar tristezas ou pessoas que nos fizeram sofrer.
A menininha ajeitadinha não contava com isso. Como ainda acha que vai saber lidar com o que tem por vir e na hora em que doer na sua carne vai pedir água.
Agora já não sabe nada. O “sentimento forte” a deixou cega e um tanto burra. Mas já não sabe como voltar a enxergar ou como responder às suas inquietações. Não tem mais o porto seguro, não tem mais nada. E na ponta da língua só tem um gosto amargo do que acha que é angústia.

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