sexta-feira, 27 de julho de 2007

A mentira tem pernas curtas????

Quando se fala de mentira em relacionamentos eu discordo dessa frase.
Como mulher, tenho que defender minha classe discorrendo nesse pequeno texto. Pretendo falar das mentiras dos homens.
Não é que a mentira tem a perna curta, ela até que é bem cumpridinha. Muitas vezes, ela acaba por ir longe.
O negócio é que as mulheres tem super poderes e sempre acabam descobrindo tudo. Visão de raio-x, premunições, olfato supermegaespecial para detectar mentiras...
Mas se temos tudo nas mãos, porque nos tornamos reféns desses amores mal correspondidos?
Aliás, sempre sabemos de tudo e mesmo assim não somos capazes de nos rebelar e travar guerra a essa corja de bandidos chamados homens.
Fica a minha dúvida. E tua também.
Nós temos super poderes sim, mas o que atrapalha é o poder da sensibilidade. Esse, quando se junta com aquele tal de Amor, só fazem besteira.
Dizem que o amor é o sentimento mais nobre e perfeito do universo. Mentira. Outra mentira cabeluda que os homens criaram para nos passar a perna.
O amor é cego e burro.

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Lindos

É a vida. Na sua mais bela forma.

O ser humano. No seu estado mais puro.

domingo, 1 de julho de 2007

Quando o estupro é inevitável...

A indiferença é tão desprezível e chula quanto esta frase. E de indiferença, incompetência e desrespeito os estuprados brasileiros estão fartos.

Nesta semana, alguns séculos depois de Maria Antonieta dizer para o povo comer brioche já que não tinha pão, a caricatura da rainha veio encarnar na sinhazinha Marta Teresa Smith de Vasconcelos Suplicy.

A repercussão de uma frase da ministra do turismo, Marta Suplicy é um exemplo de que nem tudo pode. O Estado, por dever, tem que zelar pelo bem estar da população. E não só zelar, mas também, fazer com que esse bem estar aconteça. Pois qualquer comunidade precisa de uma forma de governo que possa, ao menos, garantir o mínimo de justiça, igualdade e paz. O modelo da república presidencialista e representativa que garante, pelo menos na teoria, aos brasileiros esses direitos é uma piada. E povo, não acha graça nenhuma.

Já não basta ser indiferente, tem que ter escárnio. Já não basta roubar, tem que estuprar e pisar na cara para mostrar quem é que manda. Dormir no piso do aeroporto, perder enterro de pai e de mãe por causa de atraso nos vôos é um mero detalhe. Minha gente, relaxa e goza. Se lhe deram a palavra dizendo que iriam representá-lo para decidir o melhor por você e isso não aconteceu, relaxa e goza.

E por falar em palavra, esta está por baixo. Além de não cumprida, é mal usada.

E não é de hoje. Frases infelizes são o que não faltam na história política do nosso Brasil.

Fernando Henrique Cardoso se enrolou todo ao comentar sobre a reforma da previdência: “Fiz a reforma da Previdência para que aqueles que se locupletam da Previdência não se locupletem mais, não se aposentem com menos de 50 anos, não sejam vagabundos em um país de pobres e miseráveis”, em maio de 1998.

E também teve o Ciro Gomes que ficou com a moral mais do que baixa com o eleitorado feminino na campanha de 2002. Ele declarou que o papel de sua mulher (Patrícia Pillar) durante a campanha era o de dormir com ele.

Aliás, não podemos esquecer-nos de uma das frases mais célebres que já saíram da boca de políticos. “Tá bom, tá com vontade sexual, estupra, mas não mata”. Esta é de Paulo Maluf, quando nos anos 90 opinava sobre pena de morte em seminário na Faculdade de Ciências Médicas, em Belo Horizonte.

Viventes de um Brasil anárquico: relaxai e gozai. Depois se esquece tudo. Os mesmos são sempre votados. Além de memória curta, sofremos de “falta de opção”.

A recomendação da então ministra que por sinal, também é sexóloga, pode parecer bem-humorada. Mas não! É puro cinismo. Verdade mesmo.

Acho que Marta errou o foco. Em ocasião para a ministra ter voz, ela se portou como terapeuta sexual. Imaginou que em seu divã estivesse uma paciente descompromissada ou então, estressada por futilidades. Mas, sua fala foi transportada para a televisão e milhões, sentados nos sofás de suas casas, no trabalho, no metrô e até no saguão e aeroportos, ouviram o conselho.

Pensando bem, tem horas que só resta relaxar e gozar. Não tem outro remédio. Mas essa, definitivamente não era a hora certa.

Não se trata de desrespeito porque somos todos carolas e jamais ouvimos e proferimos frases como esta, ou então porque é feio falar do gozo no sentido sexual, mas, porque é triste enxergar como o descaso dos governantes é tão cruel.

Deixados de lado. Não só quanto ao tema “crise aérea”, que por sinal não tem fim, mas em relação a tudo. Burocracia, cargas tributárias exorbitantes, falta de saúde pública, educação básica bem básica.

E quando reclamamos direitos, ouvimos frases infelizes que só nos confirmam o quanto somos trouxas. A frase da vez foi de Marta Suplicy e chegou a todos em forma de bofetada. E todos sabem que muitas palavras ditas em momentos errados machucam mais do que tapas. Tapas ferem o corpo, palavras ferem a alma. As almas brasileiras sangram.